sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Tempo

     A todos os amigos que nos seguem, peço um tempo. São muitos sentimentos, experiências novas e descobertas e precisamos de um tempo para digerir tudo isso. Qualquer que seja o resultado do nosso procedimento, estarei feliz, pois era o necessário para o momento.  Daqui a algumas semanas ou meses, volto para contar que somos mães ou para contar que estamos fazendo novo processo. Desistir jamais!!!! Orem por nós. Confiem sempre!

domingo, 15 de setembro de 2013

Renascimento do Parto

Super indico o filme "O Renascimento do Parto".

Este é um movimento que só cresce... por um mundo melhor! Por mais nascimentos com respeito! Por muito mais mudanças! Urgente!!

http://orenascimentodoparto.com.br/

http://orenascimentodoparto.com.br/#/trailer

Vejam o trailer!


Mais um depoimento emocionante da jornalista Natália, que assistiu o documentário no cinema:

O(re) nascimento dos pais...

25 anos. Mulher. Casada. Jornalista. Nascida às 7h em ponto (diz o registro) de 3 de março de 1988, no quarto branco de lençóis verdes do Hospital Alvorada, em São Paulo. Parto normal, com intervenção - e muitas marcas – de fórceps. Ali não estava meu pai (por medo de não aguentar e passar mal), tampouco fui levada para os braços de minha mãe depois do primeiro e forte choro.

Uma descrição fria demais, mas foi assim – sem poesia – que eu vim ao mundo. E era assim, com parto normal e “sem enrolação”, que eu imaginava que teria os meus filhos. Imaginava, no passado, até que duas primas “malucas” decidiram ter seus filhos em casa. E –pasmem - da ideia “absurda” nasceram três crianças lindas e saudáveis. As mães? Pareciam ainda mais recuperadas do que muitas amigas que fui visitar no hospital depois de terem seus bebês. Mas isso não parecia suficiente.

O parto não como um procedimento médico começou a fazer sentido para mim no dia em que conheci a pequena Amélie. Naquele domingo à tarde, a fofura de pais amorosos protagonizou a cena mais linda que me lembrojá ter visto. E cenas, fotos, têm grande valor para uma jornalista. Pois bem... Ali não estava a profissional. Estava a mulher que sentiu pela primeira vez aflorar um inexplicável desejo de viver a maternidade.

Saí dali e procurei ler sobre o assunto. Blogs, revistas, livros. A cada linha eu me encantava com a ideia e o rito emocionante do nascimento natural. Nenhuma outra opção fazia sentido, mas ainda tinha um problema: a resistência do maridão. Fomos criados cercados por médicos, cirurgias... Nunca adeptos sequer da homeopatia. “Nem pensar”, e interrompeu o assunto.

Ok. Não estou grávida ainda, e a gestação não está nos nossos planos do próximo ano. Mas se nos preparamos tanto para tudo na vida – são anos de faculdade para termos uma profissão; anos de namoro até o casamento; anos de economia até a compra do primeiro apartamento – como e por que não nos prepararmos para o momento mais importante da nossa vida, a chegada do nosso filho?

Consegui fazê-lo então aceitar um convite. E lá fomos nós assistir ao “Renascimento do Parto”. No caminho, nada de muitos comentários, mas alguma coisa ali naquela sala escura emocionou a nós dois. Duvidava que isso aconteceria, mas meu marido esteve atento, aberto a todas aquelas novas informações, mesmo que ainda na categoria de “malucas” para ele. Sim, algo mudou ali, enquanto permanecíamos de mãos dadas.

Sinto que não estamos – ainda – preparados para planejar o nascimento do nosso filho. Há um misto de medo e desinformação que ainda atrapalha, mas uma semente muito mais importante do que esse “detalhe” já foi plantada: a certeza de que queremos que ele ou ela venha quando estiver preparado e da maneira que quiser. Acredito que estamos ainda distantes do dia em que veremos essa ideia disseminada, para aí falarmos no renascimento do parto no Brasil. Ainda assim, pelo menos lá em casa, acho que já nasceram futuros pais melhores...

Estimulação

     Já se passaram muitos dias. Dias que parecem anos, tamanha a quantidade de sentimentos, experiências e dilemas vividos. Já estamos em meados de setembro. E como sonhei que setembro chegasse!!! Ele se esvai, pouco a pouco. Meu coração anda tão pequeno, repleto de ansiedade. Tudo isso parece um poema doloroso, mas não é, estou realmente muito emotiva todos esses dias, e até chorar, algo que faço bem pouco, estou fazendo rotineiramente.
     Mas vamos aos relatos... Fizemos a US basal na Mama B (primeira US) e foram observados 12 folículos, graças a Deus. Ela iniciou a picadinha diária de Puregon, e hoje já estamos na sétima picadinha, usando Puregon isolado mesmo. As picadinhas geraram um reboliço em nosso lar, visto que Mama B odeeeeeeeeiiiia injeções, rsrs. Mas agora ela já nem me dá bom dia, me dá um beijo rápido quando acorda e já fala igual criança: Pega minha picadinha? Eu aplico e depois tomamos nosso café da manhã. Ando mimando muito ela, mais que o normal, pois está com os nervos à flor da pele, devido aos hormônios e também com cólicas e dores nos seios. Os ovários já estão incomodando de tão inchados. Na segunda US, que foi realizada após 5 dias de Puregon, foram observados 11 folículos e fiquei muito triste, pois achava que aumentariam em quantidade, o que não aconteceu. Chorei muito, mas uma amiga virtual falou: Você só precisa de um para realizar seu sonho. E me apeguei a essas palavras, com muita fé.
     Eu, por outro lado, estou tomando hormônios para preparar o endométrio e eles só causam uma dor de cabeça leve e passageira.
     Amanhã temos outra US para medir a espessura do meu endométrio (?) e para ver se os "cachinhos de uva" da Mama B cresceram. Nosso Puregon acabou e amanhã saberemos se teremos que comprar mais ou se daremos continuidade ao tratamento com as medicações que já temos.
     Estamos tomando geléia real pura em jejum e comprarei abacaxi pois li que a bromelina auxilia no processo da FIV. Por favor, não me falem de mais nada que pode ajudar, não consigo encaixar mais nada na minha dieta, rsrs.
     Essa é uma semana decisiva, onde talvez já faremos a aspiração dos óvulos. Vamos ver! Em todo caso, já liguei para minha mãe e minha sogra, ambas estão também ansiosas pelo nosso positivo e já ascenderam velas, estão fazendo jejum e entraram em uma rotina de muita oração. Deus abençoe a todas as tentantes e que nossa primavera chegue com muita luz!
  

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Acupuntura

     Falei, em postagem anterior, que mudanças na alimentação podem influenciar positivamente na reprodução. Descobri, depois de muitas leituras, que muitas mulheres com infertilidade engravidaram após sessões de acupuntura. Lógico que fui buscar no querido pubmed, alguma evidência sobre isso, e EXISTE. Há vários trabalhos que estudam essa relação. É lógico que não será a salvação de todas nós, mas se pode influenciar positivamente, porque não tentar?
     Nessa semana tive minha primeira consulta com o médico acupunturista, relatei tudo e mais um pouco sobre minha vida e sobre o processo que eu e minha esposa estamos fazendo. Ele ouviu tudo e logo perguntou se eu tinha recebido alguma indicação, eu disse que não e ele falou que era o quarto caso de casais fazendo FIV, no mês, que o procuravam para fazer o tratamento. Fui falando logo que eu sabia da existência de pontos abortivos e ele me tranquilizou. Sim, eu sabia que ele sabia disso, mas eu precisava falar.
     Para quem não sabe, acupuntura auxilia no fluxo sanguíneo do útero, tornando a parede do órgão mais propícia ao embrião e auxilia na diminuição da ansiedade. Mas os mecanismos que explicam com ela realmente atua, não estão elucidados. É importante começar o tratamento dois meses antes de engravidar e fazer duas sessões no dia da transferência, antes e depois. Após a transferência, não fazer mais sessões até acabar o primeiro trimestre de gravidez.
     Eu já estou fazendo, Mama B vai começar. Se você também está fazendo e tem mais conhecimento sobre o assunto, divida conosco. Abraços a todos!

Medos

     Sempre fui uma pessoa muito forte. E que fique claro: Forte, antes de todo esse processo. Hoje, poderia dizer que estou muito sensível e tenho muitos medos, todos relacionados à FIV e gravidez. Meus medos são imensos e inúmeros, e como é bom poder falar deles aqui, sem que eu saiba que há alguém me julgando. Divido com minha companheira muitos dos meus medos, mas tento resguardá-la disso para não deixá-la nervosa ou ainda mais apreensiva.
     Então aqui irei falar tudo o que não tenho coragem de falar para ninguém. Tenho sim, medo de que a Mama B não tenha óvulos suficientes e de qualidade, medo de que a FIV não dê certo, medo de que eu não consiga engravidar depois de diversas FIVs, tenho medo de um Beta negativo nessa nossa primeira tentativa, tenho mais medo ainda de nunca poder ser mãe, mas o maior medo de todos é perder, algum dia, meu filhinho, dentro de mim. Um aborto é uma das maiores dores que um casal pode ter. Mas quaisquer dessas coisas podem acontecer. Nunca estaremos preparados para nada disso. E se acontecer, você precisará se manter vivo. Não há como fugir da dor. A dor é inevitável. E se ela vier, é necessário sim ser assertiva e sentí-la, pior é tentar se manter dura e somatizar toda a dor no futuro.
     Não estou preparada para a dor. Ninguém está preparada para isso. Mas me apego com tudo e com todos que emanam amor, e, se um dia ela vier...terei o apoio de uma rede de amor, seja dos meus familiares, seja da minha esposa, seja das minhas amigas virtuais que tanto me ouvem.
     Uma dessas amigas disse algo tão profundo, grudei nessa frase como uma criança que não larga do brinquedo preferido... Conversando com minha provável futura doula, e falando um pouco dos meus medos...ela disse o seguinte: Mama, a primeira lição para o parto é: Confia e entrega. Essas palavras estão dentro de mim e falo em voz alta, falo quando estou tomando banho, como um mantra. Quando sinto medo, esses medos que futuras mães têm e mesmo as já mamães têm...eu respiro fundo, fundo, muito fundo e repito em minha mente, engolindo cada letra e deixando-as entrarem por minhas artérias e irem para o meu coração e mente, para então fazerem parte de tudo o que sou. Confia e entrega. Não há lição mais sublime que essa, neste momento tão mágico e de tamanha tensão. Confia. Entrega. Confia e entrega. Confie e se entregue.

Caminhos

     Tantas coisas aconteceram. Realmente, eu teria que atualizar o blog todos os dias se quisesse falar sobre tudo e com riqueza de detalhes. Sei que isso é importante para todas, assim como foi importante para mim ler o relato das outras famílias homoafetivas, mas realmente não terei tempo de fazer isso. Então peço desculpas desde já por postar somente as informações mais relevantes.
     Desde a primeira consulta com o médico, fizemos todos os exames. Sempre acreditei que eu e a Mama B não tivéssemos nenhum problema, e foi triste constatar o contrário. Descobri que tenho problemas na tireóide, mas graças a Deus, útero saudável. Já Mama B tem mioma, prolactina e FSH acima dos níveis e também problema na tireóide. Tudo isso influencia demais em uma FIV. Resolvemos tentar mesmo assim, pois os níveis não estavam absurdos. Já estou tomando meu Puran T4 e fazendo acompanhamento com endocrinologista, pois tireoidite pode levar a aborto ou bebês com diversos problemas.
     Temos uma esperança imensa em nossos corações, mas temos também os pés no chão, então temos planos B, C ou D. O Universo irá se encarregar de tudo.
     Já que faremos ROPA, Mama B ficou encarregada de todo o volume hormonal inicial, pois ela doará os óvulos. Já está tomando dois diferentes hormônios para regularizar a menstruação e dia 5 ou 6 de setembro irá menstruar. Dia 10 de setembro voltaremos à clínica para fazer nossa primeira US lá e avaliar nossos folículos. Nossa ansiedade agora é saber como ela irá reagir à estimulação ovariana, se tudo der certo, ela continuará a estimulação, caso não, tentaremos comigo. Isso é devido ao FSH e prolactina elevados, que podem ser indício de dificuldade em ovular. O que me mantém mais calma é que ela tem o ciclo normal e nenhum sintoma clínico como os encontrados  em mulheres que não ovulam.
     Paramos totalmente com a ingestão de glúten e leite. Álcool, café, chás, chocolates, condimentos, nem pensar. Começamos uma terapia com pólen in natura e estamos ingerindo castanha do pará. Tudo isso melhora o nosso sistema imunológico. Para quem tem problema na tireóide, cortar glúten e leite é fundamental. Para quem não tem problema na tireóide e tem dificuldades em engravidar, também é bom, pois equilibra nosso sistema imunológico. Há evidência científica sobre tudo isso, procurem e acharão. Estamos fazendo de tudo para aumentarmos nossas chances. Pode dar certo, ou não, mas ao menos tentamos.
     Outra coisa que aconteceu de muito especial, foi a escolha do doador anônimo do sêmen, pela PROSEED. Foi um momento mágico, lindo...onde nos conectamos com todas as forças do bem envolvidas neste processo, agradecemos e pedimos a abertura dos caminhos para que nossa estrelinha chegue com muita luz.
     Dividam conosco as experiências e dúvidas de vocês. Logo volto para contar mais. Abração!

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Fivete

     Participo de vários grupos sobre reprodução assistida e famílias homoafetivas no facebook, o que me ajuda muito com diversas dúvidas. Nada melhor que trocar figurinhas com quem está trilhando o mesmo caminho ou já trilhou. As dúvidas são muitas...
      Mas achei bastante curioso como as meninas se tratam por lá...são tentantes ou fivetes, ri muito quando vi esses termos pela primeira vez. Há até grupos de oração de fivetes e eu já me imaginei ajoelhada naquela hora marcada por elas, fazendo uma oração para que meu presentinho venha logo. Mas ainda estou na imaginação...
     Pois bem, sou uma fivete! E quem nunca passou por isso não pode imaginar como todo dia surge uma dúvida nova, um acontecimento novo...são muitas emoções e informações novas o tempo todo. Não consigo pensar em outra coisa e isso me deixa sem foco para executar bem o meu trabalho. Estou tentando não ler tanto as postagens nos grupos, pois já me peguei com uma lista prontinha de patologias que podem atrapalhar nosso intento e exames para verificar essas patologias e tive que me esforçar para não largar essa lista na frente do médico e dizer: Quero agora todos esses encaminhamentos!!! Hahaha! Mas só vou pedir uns três, juro!
     E por falar em médico, hoje fui na clínica tirar algumas dúvidas. Não me contentei em ouvir as respostas pelo celular e quis conversar cara-a-cara...foi ótimo. No final, o meu desejo era colocar uma cama naquela clínica e morar lá até minha barriga começar a crescer. Eu falei isso à secretária e ela morreu de rir, disse que me entendia. Hummm, será que alguém realmente entende a sensação de milhares de borboletas voando no meu estômago?

sábado, 3 de agosto de 2013

Boas novas

     Íamos esperar trocar o carro, quitar o apartamento e decidimos também que só após nossas férias na Europa é que começaríamos o tratamento. Que nada!  O doutorado terminou e minha cabeça e coração estavam livres para sonhar. Não aguentei esperar e simplesmente marquei a consulta na clínica de reprodução. Quando avisei à Mama B o que havia feito, afirmei que era apenas para ver como era. E ela enfaticamente disse: "Sei, você não vai aguentar esperar". E foi o que aconteceu.
     Chegamos na clínica pensando em apenas fazer o orçamento. O médico nos ouviu, explicou sobre IA, FIV, ROPA, etc. Perguntou o que queríamos, também sobre nosso histórico de saúde, nos encaminhou para realizar vários exames e receitou ácido fólico. Ouvir a palavra ácido fólico foi algo mágico, parece que a partir daquele momento eu já era mãe, tal a emoção que senti... e foi nesse momento que pensei: Vamos fazer agora!!!!! Ele nos explicou sobre as taxas da IA e da FIV, e eu, que pensava em fazer de cara a IA, saí de lá sem saber o que fazer. O médico ainda disse que não precisávamos fazer o orçamento naquele momento, mas eu quis de qualquer jeito saber quanto custava tudo aquilo.
     Saímos da sala do orçamento e fomos direto tomar um suquinho de laranja na esquina, quando a Mama B me solta um..."Vamos fazer FIV, e eu doarei os óvulos". Não sei se eu estava tomada de emoção, mas em nenhum momento tinha pensando no ROPA naquele dia... E foi assim que decidimos pela FIV com ROPA. Que emoção. Encaminhamento de exames nas mãos, prescrição de ácido fólico, escrevi para os amigos e parentes mais próximos fazendo perguntas e contando do acontecimento. Mas como não havíamos pensando no ROPA lá na sala do orçamento, saí sem saber a diferença desses valores. Tive que escrever para o médico para saber isso e ele me respondeu no mesmo dia, ainda bem, pois eu não aguentaria esperar até segunda-feira.
     Pois bem, o tratamento tem um valor, a medicação tem outro valor e o sêmen de doador anônimo do PROSEED também outro valor. O custo é bem alto. E ainda faremos o congelamento de embriões para o caso da necessidade de demais tentativas. Estou muito pé no chão pois já li muitos relatos de casais que conseguiram de cara o positivo, outras que estão tentando até hoje, outras que partiram para a adoção e outras que conseguiram na terceira ou quarta tentativa. Já estou super ansiosa, mas terei que aguardar cada fase. Estou muito feliz porque a Mama B, tão avessa a procedimentos médicos, demonstrou por si própria e sem nenhum esforço meu, a vontade em fazer a ovodoação.
     Estou feliz também por ter conseguido uma boa clínica e lido muitas postagens com ótimos comentários sobre o nosso médico.
     Outra coisa que o médico nos disse foi que, devido à minha idade, a lei determina a implantação de somente 3 óvulos. Na próxima consulta irei enfatizar que gostaríamos muito de gêmeos. Sei que falar isso não irá mudar biologicamente nada...mas é melhor que ele saiba.
     Gostaria de pedir a todas que enviem pensamentos positivos para nós. Queremos muito esse positivo!!!! Queremos muito ser mães.

Abraços a todos!!!!

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Casamento gay. Você pode e é pra valer.


terça-feira, 16 de abril de 2013

[Por Dra. Ivone Zeger - Consultor Jurídico]

Desde 1º de março, casais homossexuais paulistas podem se dirigir aos Cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais e realizar o casamento civil, ou a conversão da união civil em casamento, exatamente como fazem os casais heterossexuais. Essa possibilidade surgiu a partir de norma publicada pela Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo, que determinou o procedimento igualitário nos cartórios.


Sem interferência do Judiciário
Desde que a decisão do STF, de 2011, configurou união estável e entidade familiar aos casais gays muitos pleitearam na justiça o direito ao casamento. A partir dessa demanda e o desdobramento da isonomia, a Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo determinou que isso fosse possível sem a interferência do judiciário. Assim, a partir de agora, os casais homoafetivos paulistas podem, também, converter união estável em casamento. Ou, como já foi dito, partirem direto para o casamento civil, sem “escalas”, digamos assim.


Direitos advindos do casamento
Isso representa uma série de direitos. O mais concreto e imediato é a obtenção da certidão de casamento, documento que basta como prova de união do casal. Pode-se também escolher o regime de bens. Quando os cônjuges não fazem essa opção, automaticamente ele se configura como comunhão parcial de bens. Por outro lado, se houver opção por outro regime de bens, a lei brasileira determina que se faça o pacto antenupcial, que é uma escritura pública que obrigatoriamente deve ser lavrada no registro de imóveis que fica na circunscrição do imóvel onde o casal vai residir.
Nesse documento, os cônjuges decidem a administração dos bens e outras questões patrimoniais, de acordo com a conveniência do casal. Feito o pacto antenupcial, este deve ser encaminhado ao Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais onde será efetivado o casamento. É possível também, com o casamento civil, efetuar a adoção do patronímico, ou seja, adotar o sobrenome do parceiro. E a adoção de filhos em conjunto. Também é bom lembrar que de posse da certidão de casamento, ainda que os cônjuges morem distantes um do outro, não há necessidade de provar a união, nos casos em que isso for necessário.



Oito estados brasileiros permitem o casamento igualitário
O “casamento gay” já é uma realidade em 11 países do mundo. Na América Latina, a Argentina saiu na frente, depois o Uruguai. No Brasil, essa realidade existe em alguns estados. Além de São Paulo e do Distrito Federal, outros seis estados normatizaram o casamento gay: o primeiro a fazê-lo foi Alagoas; posteriormente foram Piauí, Bahia, Ceará, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Então, muitos se perguntarão: é possível cruzar fronteiras e casar em outro estado? Não. Na verdade, a única possibilidade é quando os cônjuges ou um dos cônjuges tem residência fixa em mais de um estado, sendo que num deles o casamento homoafetivo é permitido. Se nos dois estados a lei não permitir, será impossível até o presente momento.
Assim, a primeira etapa para a realização do casamento civil é o processo de habilitação. Nele, os noivos devem ir ao Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais mais próximo de suas residências fixas e dar entrada nos papéis. O cartório procede então à publicação do edital dos proclamas no próprio local e no Diário Oficial do município. A tarefa do cartório é tornar o anúncio do casamento o mais público possível. Ao final de 15 dias, se não houver qualquer manifestação de impedimento, os noivos serão considerados habilitados ao casamento.
Se os noivos moram em municípios ou estados diferentes, cada qual terá os proclamas publicados pelo cartório próximo ao seu local de residência fixa. Aquele do casal que se deslocar de um estado para outro, para realizar o casamento, deverá estar munido do documento de autorização emitido pelo cartório para que o casamento se efetive.


Cruzar fronteiras não é possível
E para quem reside nos estados onde não é possível fazer o casamento, é importante lembrar que embora não dê plenos direitos, a possibilidade de oficializar a união civil homoafetiva já é um avanço, principalmente em favor daqueles que, com a morte do companheiro ou companheira, se veem na situação de ter de abrir mão de bens que foram adquiridos em conjunto. Portanto, nesses casos, o mais correto a fazer é oficializar a união civil e posteriormente tentar a conversão por via judicial.

Veja esse e demais artigos no site: http://www.identidadeg.com.br/2013/04/voce-pode-e-e-pra-valer.html?view=timeslide

Você já se casou ou está tramitando? Compartilhe conosco sua experiência!

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Varas de famílias devem julgar ações de união homoafetiva




Se você pretende discutir judicialmente sua união estável, é bom saber que poderá fazê-lo perante o juiz da vara de família, segundo pronunciamento atual do Superior Tribunal de Justiça (Rio Grande do Sul) 'STJ-RS'.

Segundo a 4ª Turma do STJ-RS, como as varas de família têm competência para julgar ações relativas a uniões estáveis entre casais heterossexuais, também devem tratar de casos que envolvem uniões homoafetivas. O relator, ministro Antônio Carlos Ferreira, afirma que as uniões estáveis homoafetivas foram equiparadas às heteroafetivas pelo Supremo Tribunal Federal ('STF') na Ação Direta de Inconstitucionalidade 4.277, de 2011, e, portanto, devem ser tratadas pelo juízo de Família.

#Confira também:

Ministério Público recorreu contra a decisão do TJ-RS

O caso foi levado ao STJ pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul ("MP-RS") que pretendia que a vara de família fosse declarada incompetente pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul ('TJ-RS') para julgar disputas envolvendo casais homoafetivos porque a vara não poderia julgar ou processar ações de reconhecimento de união de pessoas do mesmo sexo. O TJ-RS não acatou a tese de incompetência, o que motivou o recurso ao STJ.

Para o MP-RS, houve ofensa ao artigo 1.723 do Código Civil, que define o instituto da união estável como união entre homem e mulher. Também alegou violação aos artigos 1º e 9º da Lei 9.278/1996, conhecida como Estatuto da Convivência. O primeiro artigo define a união estável como a união entre homem e mulher. Já o 9º dá às varas de família a competência para julgar toda matéria relativa a uniões estáveis.

A importância da decisão de Supremo Tribunal Federal, de maio de 2011

No julgamento da ADI 4.277, o STF reconheceu a união homoafetiva como um modelo legítimo de entidade familiar. Aplica-se, por analogia, à legislação atinente às relações heteroafetivas. O Supremo, "ao analisar a extensão da legislação e das prerrogativas da união estável heteroafetiva às relações estáveis homoafetivas, concluiu pela aplicação imediata do arcabouço normativo e dos respectivos privilégios”, destacou o relator.

Seguindo o voto do ministro Antônio Carlos Ferreira, a 4ª Turma considerou a vara de família competente para julgar a questão. Com informações da assessoria de imprensa do Superior Tribunal de Justiça e publicação na revista Consultor Jurídico.

Confira em: http://www.identidadeg.com.br/2013/04/varas-de-familias-devem-julgar-acoes-de.html#.UVt_wpPU88U

quinta-feira, 28 de março de 2013

Páscoa


     Ontem nos pegamos idealizando uma páscoa em família, sonhando sobre como seria esta e demais datas comemorativas com nosso bebê. Eu nunca fui fiel a essas datas, assim como a Mama B, entretanto, sinto  necessidade e vontade de propiciar isso ao nosso filho, mas de uma forma mais tradicional e não comercial.
       Pelo andar da carruagem, acredito que ainda não teremos nosso filhinho nos braços na próxima páscoa, mas, quem sabe, já estaremos nos primeiros dias de gravidez.
      Aproveitando essa data tão linda, compartilhamos uma pequena parte da nossa "páscoa dos sonhos em família". Já existe no mercado algumas opções diferenciadas de ovo de páscoa, para veganos, para aqueles que têm intolerância à lactose, para aqueles que têm doença celíaca ou mesmo para aqueles que não consomem soja. Onde moramos, é mais difícil encontrar esses ovos. Como a Mama B gosta muito de gastronomia e eu estou naquela de "Você tem que aprender a cozinhar, você será mãe, meu bem!", idealizamos não comprar nossos ovos de páscoa, mas sim prepará-los em nosso lar conjuntamente (nós três), baseando-nos em nossas práticas de alimentação, ou seja, isenção de leite e derivados, glúten e soja, baixo teor de açúcar e sódio. Então aí vai a nossa receita de ovo de páscoa, a qual garimpamos na internet e na qual fizemos algumas modificações.



Ingredientes
  • panela para banho-maria
  • 1 forma para bombons com 6 unidades
  • 1 forma para ovo de páscoa de 200g
  • 200g de chocolate em barra (sem lactose, sem soja, sem glúten, quantidade significativa de cacau)
  • 50g de amaranto, castanha-do-pará triturada e chia


Instruções

  • Corte o chocolate em pedaços pequenos e derreta em banho-maria.
  • Espalhe o chocolate na forma. Não deixe a camada muito grossa. Leve à geladeira por 5/10 minutos.
  • Arrume as formas, caso pretenda colocar "recheio" nos bombons, deixe pronto. No nosso caso, foi amaranto, castanha-do-pará triturada e chia. 
  • Passe uma nova camada de chocolate e coloque o recheio sobre esta camada. Leve à geladeira novamente e aguarde.
  • Reserve um pouco do chocolate para os bombons, preencha a forma com o cuidado de ocupar todos os espaços e leve à geladeira pra endurecer.
  • Espere a forma ficar transparente/fosca para desenformar. É só virar em uma superfície lisa que o chocolate sai facilmente.
  • Após desenformar, deixe descansar por 10 minutos em local seco, protegido de umidade, luz e calor. Após esse tempo, pode embrulhar conforme deseja. Utilize os bombons para rechear o ovo.


Feliz páscoa para todos vocês!
   

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Feliz 2013!

        Sim, 2012 foi um ano decisivo em nossas vidas...mudamos de estado, indo parar em uma cultura totalmente diferente da nossa, o que gerou muita turbulência, mas estamos nos adaptando e aprendendo a amar e compreender a terra na qual estamos inseridas agora. Fizemos novos colegas de trabalho, tivemos que ficar longe das nossas famílias e amigos e ainda estamos na busca por amigos novos que partilhem de algo em comum conosco: a família homoafetiva.
         Ainda em 2012, começamos a concretizar "no mundo das idéias" o nosso sonho de ter um filho. E após muita conversa sobre como, quando, onde... decidimos que faremos na cidade onde estamos para evitar viagens a São Paulo, utilizaremos doador anônimo de sêmen, bem como meus óvulos, e começaremos as tentativas de inseminação em 2014, usando inseminação intra-uterina, técnica simples que consiste em inserir o sêmen com uma seringa  no útero.
         Portanto, 2013 será um ano de muito trabalho. Será o ano em que colocaremos nossas vidas em ordem para chegada da coisa mais importante de nossas vidas. Já traçamos nossas prioridades para este novo ano, nossas tarefas individuais e comuns e agora estamos arregaçando as mangas para realizar todas as metas da nossa listinha.
         Que venha 2013, com paz e saúde para vencermos todas as batalhas. Com amizade e renovação para tornar tudo mais colorido. Com fé e otimismo para estarmos sempre no caminho do Bem.
         Desejamos tudo isso a vocês também, queridos amigos e amigas que estiveram conosco durante o ano de 2012. Que o Bem esteja nos lares de cada um de vocês, trazendo paz e renovação.

Abraços calorosos de Mama B e Mama C!